Entrevistamos o técnico Caio Bueris que recentemente voltou com a terceira colocação no sul americano de basquete sub-12 com a equipe do Mogi Basquete (Basquete Mello Dante) e ainda lidera o campeonato paulista série ouro com o time. Trabalhando há muito tempo com categorias de base, o treinador nos contou um pouco sobre como funciona essa relação com os mais novos e até deu dicas de quem pode brilhar daqui uns anos, e aqui está o bate-papo incrível que tivemos com ele.
Caio, sabemos que você faz um ótimo trabalho como treinador. Mas como começou a sua paixão pelo basquete?
- Minha paixão por basquete começou cedo, quando tinha de 9 a 10, foi a época que o Brasil ganhou o pan-americano de Indianápolis em cima dos EUA, com aquela geração do Oscar, e logo em seguida começou a passar NBA na TV Aberta, foi onde eu aprendi! Comecei a praticar no saudoso Colégio Policursos, de onde saíram inúmeros atletas...
Quem é o caio? Formação acadêmica, cursos e especializações!
- Há 20 anos eu sou formado em Educação Física! Tenho Especialização em Basquete e já passei por todos os setores do basquete. Já fui jogador nas categorias de base, já fui árbitro, oficial de mesa, assistente técnico, preparador físico e agora eu sou técnico nas categorias de base!
Antes de você ser treinador, você foi atleta? Se sim, quais experiências como atleta você conseguiu levar para a beira da quadra?
- Eu joguei no Colégio Policursos, no Corinthians, Palmeiras, Clube Atlético Monte Líbano, Jacareí e Mogi das Cruzes. Hoje, o que eu posso dizer que peguei de todos os técnicos que conheci foi a disciplina, algo muito comum na filosofia de muitos técnicos...
A sua carreira está muito ligada aos trabalhos da categoria de base, como você vê a evolução das categorias de base de forma geral?
- Eu vejo que a categoria de base vem evoluindo, os técnicos estão falando a mesma língua, a tecnologia ajuda, os mais velhos ajudam os mais novos e assim vai. O Brasil é multicultural e por isso nós conseguimos ver jogador alto, baixo, forte, rápido, tem tudo, o Brasil é muito diversificado e a gente procura atender um biotipo do basquete e temos conseguido. Em Mogi das Cruzes o basquete está crescendo, tem muita menina e menino querendo jogar e isso é muito bacana, porque da quantidade a gente consegue extrair a qualidade..
Quem são suas maiores inspirações, dentro e fora do quadras e porquê?
- Minha inspiração dentro das quadras sem dúvida é Michael Jordan! Pelo atleta completo que ele é, pela obsessão que ele tem pela perfeição, pela vitória, pela competição, isso nasce com um atleta! Nós dizemos que um grande atleta nasce assim, ele não é feito! Na quadra é o Michael Jordan, mas fora das quadras são meus professores e meu saudoso pai, já falecido...
Qual o maior desafio ao treinar jovens e adolescentes?
- O maior desafio com essa mulecada é conseguir dar uma direção do caminho correto da vida! Que é ter uma formação, ter disciplina e principalmente focar nessa questão de formar um cidadão. Esse é o maior legado que o esporte pode deixar!
″E o IMOT foi essencial, estão com a gente há 5 anos, e sem o IMOT com certeza não haveriam meninos da cidade jogando basquete no adulto, esse time sub-12 não estaria onde está agora, líder do campeonato paulista e terceiro lugar no sul-americano!”
Mogi já possui uma história bonita no basquete e que vem crescendo a cada ano! Você acha que a cidade pode se tornar um polo de basquete que desenvolve jogadores a nível nacional e até quem sabe internacional?
- Mogi das Cruzes tem tudo para ser um celeiro, porque é uma cidade grande e a última linha de trem da zona leste de São Paulo que possui milhares de meninos, nós temos um potencial enorme e tem começado a aparecer grandes jogadores!
Que tipo de abordagem/comunicação você usa com os jogadores da base?
- Com os meninos da base a gente tem uma comunicação diferente! A gente tenta não só mostrar o caminho do sucesso no basquete, como na vida também! Essa é a nossa principal função porque são poucos os que passam para a categoria adulta, então a gente tenta fazer uma abordagem num contexto geral com eles!
Tem algum jovem que você possa citar, que poderá ser destaque no basquete brasileiro a alguns anos?
- Na atualidade tem o Yago do Paulistano que tem se destacado muito, o Gabriel Jaú do Bauru também tem se destacado bastante, e dos atletas de Mogi, tem o Vinicius, um menino que vai fazer 16 anos que está começando a se destacar agora!
Fale um pouco pra gente como foi participar deste último campeonato e os momentos mais especiais dentro dele.
- Esse sul-americano que a gente participou, foi muito bom, porque a união que os meninos fazem em uma viagem dessa, de estar o tempo todo juntos, esse é o maior legado do campeonato! Quanto a ter chegado no terceiro lugar, isso também foi muito bom, a gente teve muita dificuldade porque dois meninos não conseguiram viajar, um menino teve catapora, mas mesmo assim a gente considera como um resultado positivo para o basquete da cidade.
Qual a importância dos patrocinadores sobre o time?
- Os patrocinadores são essenciais, de suma importância, sem eles a gente jamais teria obtido esse resultado, jamais teríamos iniciado isso, porque tudo no esporte requer recurso e os patrocinadores são a ponta do iceberg, eles são essenciais! E o IMOT foi essencial, estão com a gente há 5 anos, e sem o IMOT com certeza não haveriam meninos da cidade jogando basquete no adulto, esse time sub-12 não estaria onde está agora, líder do campeonato paulista e terceiro lugar no sul-americano! Então eu digo que é o papel deles é fundamental!
Antes de terminar a entrevista, qual conselho você daria para o jovem que pretende se tornar um jogador de basquete?
- Pode ser clichê mas é verdadeiro, tenha disciplina e foco, ouça o conselho dos mais experientes, aprenda com os erros dos mais velhos e tenha perseverança e seja insistente!
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